domingo, 27 de fevereiro de 2011

Como dizia o poeta

Carlito Lima , Geraldo de Majella e Cidinha Madeiro

Carlito Lima e Anilda Leão no salão nobre da Academia Alagoana de Letras

Carlito Lima


De: Vinicius de Moraes e Toquinho

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não.
Carlito Lima, escritor, engenheiro civil e militar(reformado), membro da Academia Alagoana de Letras, completa hoje 71 anos. Parabéns, Capita.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Obrigado, pai


Flávio Gomes de Barros

Quando assumiu a Prefeitura de Joaquim Gomes, em janeiro de 1969, papai tinha como prioridade três metas: ampliar as ações na Educação, implantar o abastecimento d’água e pavimentar as vias principais (a cidade não tinha uma única rua calçada).

Era a síntese do que desejava a comunidade.

Na Educação, abriu escolas, adquiriu equipamentos e capacitou pessoal. Quanto às outras metas, encontrou dificuldades. Mesmo assim, no final do mandato conseguiu adquirir paralelepípedos, colocou meio-fio em algumas ruas, mas não fez a pavimentação.

Eu, então com 17 anos, via aquele monte de pedras amontoadas, próximas à Prefeitura, e ousei sugerir: “Pai, coloque o calçamento. Pelo menos terá feito a pavimentação. A água o futuro prefeito coloca.”

A resposta foi dura: “Se eu calçar agora, quando forem colocar água vão ter de quebrar tudo, para fazer de novo. Aí, a prefeitura irá gastar duas vezes. Seria irresponsabilidade e desperdício da minha parte gastar agora com calçamento. Isso eu não faço.”

Um exemplo que carrego para o resto da vida.

Poucos sabem desse episódio, no único mandato político exercido por papai. E muitos devem estar surpreendidos, ao saberem disso, pela sua maneira de ser.

Dou esse testemunho agora, após a sua morte, para mostrar que aquele sujeito bonachão, brincalhão, solidário, alegre, muitas vezes irresponsável com ele mesmo, era um cidadão decente.
Movido pelas circunstâncias, certamente falhou algumas vezes, algo inerente ao ser humano. Mas, na essência, Mário Calheiros Gomes de Barros, filho de Dona Linda e Seu Zé Gomes, era um homem bom, com um jeito bem peculiar de ser e de amar.

Do mesmo modo que era enfático ao enaltecer quem qualificava como “um homem de bem” era implacável com quem considerava “cabra safado”. Nada com ódio, apenas com rigor, para estabelecer a distinção entre o bem e o mal, dentro dos seus critérios.

O principal, na sua trajetória terrena, é que viveu a vida intensamente, amou, foi amado, praticou o bem e deixa uma saudade enorme entre os que com ele conviveram.

De minha parte, a manifestação maior é a constatação dos seus netos e bisnetos, meus filhos e netos, de que nunca me tinham visto chorar. E tenho chorado muito, para surpresa deles.

Todo o meu sentimento só pode se resumir numa expressão: obrigado, pai.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Filhinhos da Mamãe

O ator Homero Cavalcanti e o poeta e professor Ronaldo de Andrade organizadores do bloco.

Carmem Lúcia Dantas madrinha dos filhinhos

Mamãe desfilando pelas ruas de Maceó


BLOCO CARNAVALESCO FILHINHOS DA MAMÃE – 2011

Tema: “O Bloco Carnavalesco Filhinhos da Mamãe evoca o folião Luiz Falcão com o seu ‘Quarenta e Quatro Espada d’Água’ -afamada Cavalaria Montada a Pé- e com a permissão do bloco d‘As Onze Mil Virgens’ dá a patente de Foliã da Cobra Fumante à Major Elza Cansanção, nos 50 anos da UFAL !

Concentração: Dia - 25/02
Hora: 20h30 – 24h.
Animação....Show de frevos pela cantora Vania Lopes
Participação Tradicional: Leureny Barbosa


Programa da Concentração


1º) Abertura oficial: 21h. às 21h25.
(Comissão Organizadora do Filhinhos da Mamãe – ATA e Museu Theo Brandão)
Homenagens ‘in memoriam’: Foliões Luis Falcão e a Major Elza Cansanção
CHUVA DE CONFETES à UFAL- 50 ANOS
Interlúdio: Show de frevos pela cantora Vânia Lopes
2º)Concurso de Fantasias “Prêmio Folião Pedro Tarzã”: 22h30
Mestre de Cerimônia.: Romeu Loureiro.
Interlúdio: Show de frevos pela cantora Vânia Lopes

3º)Apresentação do “Boi Dragão Lajense” - 23h15
4º)Apresentação do “Balé Folclórico de Alagoas” - 23h35
5º)Anúncio do tema do Carnaval “Filhinhos da Mamãe – 2012” - 23h40
Interlúdio: Show de frevos pela cantora Vânia Lopes
Apresentação: Orquestra Montepio de Penedo


Regência do Maestro SIDERLAN


6º)Saída do Cortejo do Bloco Carnavalesco Filhinhos da Mamãe - 24h
Apresentação: Orquestra Filarmônica Santa Cecília
Regência do Maestro: FLORIJAN CAHET.

Programa do Cortejo

1º) Foguetório: Av. da Paz.
2º) Percurso: Av. da Paz/Praça Marcílio
Dias/Rua Sá e Albuquerque
(Apoteose dos Filhinhos –
Associação Comercial)/Praça
Dois Leões/Adro da Igreja
de Nossa Senhora Mãe do
Povo.
3º) Louvação à Paz -Adro da Igreja N. S. Mãe do
Povo

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Aos 50 anos, o balanço – III [Deixa a vida me levar, vida leva eu!]

Sátva Brandão e Geraldo de Majella diante do túmulo de Nikita Kruchov em Moscou


Nilson Miranda, João do Vale, Sérgio Moreira, Miucha e Teotonio Vilela Filho em 1982

Majella falando para os comerciários de uma loja em Maceió, em 1985.

Rubens Colaço discursando num ato pela Diretas Já, em abril de 1984

Rubens Colaço, Selma Bandeira, Majella, os jornalistas cubanos, Nilson Miranda e Denis Agra no plenário da Assembéia Legislativa de Alagoas em 1985.

Rubens Jambo, Paulinho da Viola e Majella

Majella, Fernando Costa (vereador), Kátia Born (vereadora), Dário Bernardes e Freitas Neto(vereador) falando para os jornalistas cubanos em Maceió em 1985.

O ex-deputado federal Gregório Bezerra na terceira fila

Rubens Jambo, Heloisa Ramos, Majella e Luciano Aguiar


Geraldo de Majella

O Partidão

Eles eram poucos.
E nem puderam cantar muito alto a Internacional.
Naquela casa de Niterói em 1922.
Mas cantaram e fundaram o partido.
Eles eram apenas nove, o jornalista Astrojildo, o contador Cordeiro, o gráfico Pimenta, o sapateiro José Elias, o vassoureiro Luís Peres, os alfaiates Cendon e Barbosa, o ferroviário Hermógenes.
E ainda o barbeiro Nequete, que citava Lênin a três por dois.
Em todo o país eles eram mais de setenta.
Sabiam pouco de marxismo, mas tinham sede de justiça e estavam dispostos a lutar por ela.
Faz sessenta anos que isso aconteceu, o PCB não se tornou o maior partido do Ocidente, nem mesmo do Brasil.
Mas quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem de falar dele.
Ou estará mentindo.

Ferreira Gullar


O mergulho na militância política foi para mim uma alternativa real em contraponto à vida fácil, da boemia, por um lado, e de emprego garantido como funcionário público, sem que houvesse a necessidade de prestar concurso, por outro. A generosa oferta foi por mim recusada; preferi caminhar em sentido contrário.

O entendimento que adotei conscientemente indicou um rumo diferente das orientações familiares. Num primeiro momento causou um choque, no mínimo um espanto, mas como tinha iniciado no final da década de 1970 os contatos com a militância de esquerda emergente no movimento estudantil, a partir de 1979, descortinou-se a oportunidade de entrar para o PCB em Alagoas. O fato de fazer parte do pequeno núcleo reorganizador do Partidão fez com que eu amadurecesse rápido em todos os sentidos.

Passei a dividir responsabilidades com outros companheiros, alguns bem mais velhos, outros nem tanto, mas a vontade de organizar o Partido ocupava todo o meu tempo, apesar da minha insegurança, fruto essencialmente da pouca idade e da grande responsabilidade que me impus em trabalhar diuturnamente na reconstrução de uma organização política que andava totalmente desarticulada no estado, o que me deixava tenso.

Os embates internos deram outra dimensão aos primeiros anos de militância partidária. Os castelos erguidos por mim foram caindo, e outras realidades se sobrepuseram. Fui me dando conta de que aqueles homens eram comuns e passíveis de erros e de acertos, com virtudes, vícios e vicissitudes também. Nada que fosse de um outro mundo; tudo era normal e, para tanto, a superação dos entraves organizacionais só foi possível com a entrada de novos militantes para, como se diz habitualmente, oxigenar o ambiente.

A vontade de criar uma nova estrutura partidária provocou inevitavelmente atritos, e a relação de amizade e camaradagem em muitos instantes foi rompida. A possibilidade de alterar a “hegemonia” interna passou a ser um objetivo a ser perseguido por mim e pelos companheiros. Tudo era doloroso. Estavam envolvidas relações afetivas e emocionais que acabavam por ter um peso significativo na estruturação e condução do trabalho de (re)organização do PCB.

Os contatos desse núcleo reorganizador com a direção nacional aos poucos foram ampliando a figura do “assistente da direção”. Antes, em 1980, duas visitas, a do jornalista Gildo Marçal Brandão e a do médico e sindicalista Agrimeron Cavalcanti da Costa a Alagoas, abriram veredas que pareciam largos caminhos em direção ao centro do Poder.

A presença do velho dirigente comunista Nilson Miranda também contribuiu para energizar a jovem militância. As vindas a Alagoas do historiador Dirceu Lindoso, que vivia no Rio de Janeiro desde 1965, foi importante e transmitiu confiança ao trabalho de uma novíssima geração de dirigentes e militantes comunistas.

Os novos foram sendo recrutados, e eram essencialmente homens; poucas mulheres fizeram parte desse núcleo. Duas delas que se destacaram no trabalho foram Réa Silvia Pedrosa e Cristina Amélia Pereira. A primeira, alagoana de Anadia, e a segunda, portuguesa de Évora. O trabalho duro de viajar, reunir-se pelos bairros de Maceió e em cidades do interior, a advogada Réa Silvia fez com uma dedicação quase sacerdotal.

As ligações com o passado continuavam a ser mantidas através das figuras de Antonio Omena [ex-motorista], Mario Correia [ex-portuário], Rubens Colaço [ex-borracheiro], José Graciano dos Santos [ex-operário] e Mozart Verçosa Damasceno [comercianate]. Desses, o que mais me impressionou e continua até hoje a me chamar a atenção foi o velho operário têxtil José Graciano. Analfabeto, pobre, família numerosa, mas de uma dedicação invejável ao Partido. Íntegro. Jamais ouvi reclamações do velho Graça. Para mim foi o maior exemplo de homem que conheci. A forma que o criou se quebrou, como se diz na gíria interiorana.

O caso específico da Cristina Amélia exigiu nos primeiros anos cautela. Por ser de nacionalidade portuguesa, havia impeditivos na lei dos estrangeiros, e a militância política era um deles. Mas nem por isso Cristina deixou de trabalhar; trabalhou duro na retaguarda, quase clandestina. Organizada, disciplinadíssima, trazia o mais importante: a experiência de ter sido militante da juventude comunista do Partido Comunista Português.

Os desafios eram maiores que as nossas idades e experiências na arte da organização partidária. Este imprensado que vivíamos: de um lado o gigantismo do PCdoB e dos seus aliados; do outro, o conservadorismo das forças políticas, enfileiradas no PMDB, sem deixar de considerar que se tratava dos que combateram a ditadura em maior ou menor grau.

A participação nas eleições com candidatos próprios foi a prova de que tínhamos de participar desse mundo ainda desconhecido. Uma espécie de zona cinzenta. Escolher candidatos nem sempre é uma coisa fácil; o processo eleitoral é sedutor e envolvente, não é difícil identificarmos os candidatos ou os que estão em sua volta envolvidos com irregularidades, com o ilegal. A “conquista do voto” invariavelmente é como se fosse um imã, um vale-tudo. O ilegal transita da compra propriamente dita do voto ao tráfico de influência e à distribuição de benesses – na maioria das vezes públicas: são favores, empregos etc.

Transitar nesse ambiente foi um rito de passagem para o amadurecimento que chegou em meio às lutas, com derrotas e vitórias.

Viagem a Moscou


Surgiu a possibilidade de ser enviado a Moscou, onde participaria de um curso na Escola Internacional de Quadros do Partido Comunista da União Soviética. Essa proposta foi inicialmente aventada pelo assistente político da direção nacional, Francisco Inácio de Almeida, ainda no início da década de 1980.

Fiquei com essa ideia em minha cabeça, achei-a interessante e, para ser honesto, passei alguns anos sonhando com a possibilidade. Mas, por outro lado, uma conversa muito franca com Nilson Miranda me deixou com a pulga atrás da orelha. O experiente comunista me disse: “Só vá para URSS quando terminar o curso universitário”. O argumento do Nilson era correto e abria a minha cabeça para não voltar do curso e me tornar um funcionário político do Partido.

Esse argumento, acabei aceitando-o, e realmente em 1984, quando estava no final do curso de História e havia me preparado para viajar, discuti com o assistente político da direção nacional a melhor maneira de realizar este projeto. Fiz parte de uma turma de quinze pessoas de vários estados. Antes de embarcar fui a Recife me encontrar com Natanael Sarmento, então dirigente do PCB em Pernambuco, com quem obtive informações que foram de grande valia.

A minha ida para Moscou era uma espécie de abertura de uma nova geração de comunistas que seriam formados na antiga URSS. Durante muitos anos vários militantes e dirigentes de Alagoas foram enviados para o Leste europeu. Haviam ido: Dirceu Lindoso, Nilson Miranda, Wladimir e Anivaldo Miranda, Paulo Elisiário, Rubens Colaço.

Natan era meu velho conhecido e parceiro dos carnavais em Olinda; aliás, era em sua casa onde eu me hospedava durante os festejos carnavalescos. Para lá vinham companheiros conhecidos e também outros convidados e convidadas que não sabiam sequer quem era o dono da residência, mas que rapidamente se tornavam íntimos ou intimas, quase amigos de infância, e com liberdade suficiente para convidar outras pessoas, como namorado(a), ou simplesmente se encostar para curtir o porre.

A militância política no velho PCB me ensinou como se fosse uma universidade − mais que qualquer universidade, para ser sincero. A minha formação como cidadão, devo ao Partido. Faço uma ressalva: é que no PCB encontrei e convivi com homens e mulheres dignos, na grande maioria, mas também conheci canalhas e gente indigna com barbicha, barba ou sem pelos no rosto.

Sumariamente e sem qualquer ressentimento, cheguei à conclusão de que a atividade política é insalubre e periculosa muitas vezes. A opinião pública vem dando as costas para os que exercem essa atividade, isso não é novidade para ninguém. A desconfiança que se tem dos políticos e da política, convenhamos, é justificável, pois esta se tornou infelizmente um caso de polícia.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bloco Ovo da Madrugada





Dia: 19 de Fevereiro
Concentração às 08 horas
Local: Praça Jácome Calheiros
Penedo - Alagoas

Orquestras de frevo animando milhares de foliões que se divertem em meio a bonecos gigantes, alegria que dispensa uso de cordão de isolamento, sem que nenhuma ocorrência policial tenha sido registrada no mais democrático bloco carnavalesco de Penedo. Festa popular em clima de paz é a cara do Ovo da Madrugada, agremiação criada em 2009 que volta às ruas da cidade histórica situada na região do Baixo São Francisco alagoano no próximo dia 19 de fevereiro.

Em seu terceiro ano de vida, o bloco criado para resgatar o carnaval de rua ao som do frevo em Penedo deve arrastar cerca de 8 mil foliões, conforme expectativa dos organizadores da agremiação. Parte desse público colabora diretamente com a retomada dessa alegria, comprando a camisa que estará à venda a partir desta quarta-feira, 09, ao preço de R$ 20 (vinte reais) nos seguintes pontos de venda: Rios Moda Jovem, Restaurante Boca Cheia e Primavest.

Segundo a direção do bloco, o custo da produção do terceiro ano do Ovo da Madrugada está orçado em R$ 56 mil (cinquenta e seis mil reais), R$ 14 mil a mais do que o orçamento do ano passado e mais do que o dobro do gasto – cerca de R$ 21 mil – necessário na estréia, aumento proporcional à projeção alcançada pelo bloco. Em 2009, os primeiros passos do Ovo foram acompanhados por aproximadamente duas mil pessoas, com 1.500 camisas vendidas, arrancada apoiada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Penedo (Sindspem).

Nenhuma ocorrência policial

No ano passado, a produção de camisas aumentou para 2.500 unidades, com o bloco arrastando cerca de cinco mil foliões da Praça Jácome Calherios até a orla da cidade, retornando ao ponto de partida mais conhecido na cidade como Praça do Coreto. “Tudo isso sem que tenha sido registrado nenhum problema de assalto ou agressão no bloco. Outra coisa que nos deixa muito satisfeitos é que o Ovo da Madrugada junta todas as classes sociais, do povão aos que tem uma condição financeira melhor”, enaltece a a nutricionista Ana Elisabete Reis Galvão, presidente da Agremiação Penedense Carnavalesca Ovo da Madrugada.

Ela informa que este ano três mil camisas foram confeccionadas para o bloco que terá quatro orquestras de frevo, uma a mais do que nos anos anteriores. Serão duas orquestras de Penedo (Ases do Frevo e a banda do Sargento Nilton), uma de Piaçabuçu e a de Traipu, sob a regência do maestro Antônio Basílio, que faleceu em abril do ano passado, a Lira Traipuense puxa o bloco ao som de nove saxofones, sete pistons, quatro trombones e oito instrumentos de percussão.

Este ano, a orquestra vem sob o comando de Antônio Basílio Neto, regente que tem a Arte em seu DNA, denunciada no nome da família formada por vários músicos. “O avô de Antônio Basílio colocou todas as notas musicais de cada instrumento em partituras, dos metais à percussão”, ressalta o professor e historiador Alcides Regueira Lucena, diretor financeiro do Ovo da Madrugada.

Alcides Regueira acrescenta que a voz que registrou o hino do bloco com a Lira Traipuense é do cantor penedense Edvânio Moraes (confira áudio em anexo). A letra e a música do hino foram produzidas pelo médico gastroenterologista e músico Luiz Paulo Reis Galvão, irmão de Ana Elisabete, carinhosamente chamada de Bet inha.

Ovo da Madrugada nasceu numa mesa de bar

Betinha e Alcides contam que o Ovo da Madrugada nasceu durante um bate-papo numa mesa de bar. Reunidos com o casal Alba Ataíde - vice-presidente do bloco - e Maurício Resende - diretor de marketing do bloco -, em uma noite do inverno de 2008, os quatro decidiram lançar um bloco de carnaval para se divertir com amigos ao som do frevo. “A gente falou sobre o Galo e o Pinto da Madrugada, aí começamos a pensar em um nome e foi Maurício quem sugeriu batizar o Ovo, mas a gente não imaginou que o bloco fosse ganhar a proporção que alcançou”, afirma Ana Elisabete.

A idéia ganhou força, ainda no princípio, com apoio dos amigos Monique Campos Moreira - diretora de logística do desfile-, Ederaldo Beline Silva – vice-diretor financeiro- e José Luiz da Silva Dantas Júnior, o Júnior Dantas, que ocupa a diretoria de artes e alegorias.

A agremiação registrada em cartório conta inclusive com ‘embaixadores’, cargos extra-oficialmente ocupados pelo reumatologista Fernando Andrade e o biomédico Eduardo Regueira. Apaixonados por música, carnaval e frevo, os dois fizeram a ponte entre o Ovo da Madrugada e a diretoria do Pinto da Madrugada, bloco que arrasta multidões em Maceió, sua sede.

Pinto é padrinho do Ovo

A iniciativa de criar um bloco nos moldes do Galo e do Pinto da Madrugada fez com que a diretoria da agremiação maceioense viesse até Penedo para batizar em 2009 o nascimento do seu “afilhado”, caso único em Alagoas. A benção é condicionada à manutenção das tradições que marcam a trajetória daqueles que inspiraram o surgimento do Ovo: a animação fica por conta do por frevo e não há restrição de acesso, brinca quem quiser, desde que venha em paz, a pé e sem qualquer tipo de som eletrônico.

O estandarte, o boneco do Ovo e o Ovomóvel – carro alegórico com capacidade para cerca de dez pessoas – são obras do carnavalesco penedense Tadeu Lyra, personagem mais conhecido como ‘Tadeu dos Bonecos’. Passista de frevo, ele traz sua alegria, os doze bonecos gigantes produzidos em seu ateliê e ainda o porta-estandarte, seu xará, o gari Tadeu, um apaixonado por carnaval que abre o cortejo da folia com suas evoluções.

Para garantir a segurança dos foliões e dos músicos, a mesma empresa que atua durante as concorridas saídas do Pinto da Madrugada é contratada para acompanhar o Ovo em Penedo. Além disso, o Grupamento de Bombeiros e as Polícias Civil e Militar já foram oficialmente comunicadas sobre o evento que acontece no próximo dia 19, assim como órgãos da administração municipal.

Ambulância e carro-pipa

Como nos anos anteriores, uma ambulância estará a postos para atender eventuais casos de socorro médico. Para aplacar o calor, carros-pipa estacionados em pontos estratégicos vão lançar água sobre os foliões, inclusive no retorno à Praça Jácome Calheiros, onde tudo começa com um café da manhã para convidados e patrocinadores a partir das 8h00 no Restaurante Boca Cheia.
A folia toma conta das ruas por volta das 10h00 e segue até a orla da cidade, encerrando ao anoitecer na Praça Jácome Calheiros.

A direção do Ovo da Madrugada agradece o apoio que tem recebido da Prefeitura de Penedo ao longo dos anos e das rádios Penedo FM, Grande Rio FM e AM São Francisco e os sites Aqui Acontece, Correio do Povo e Opara News. Além da imprensa local, agradecem à mídia alagoana e sergipana que também colaboram espontaneamente com a divulgação do bloco.

Agradecem ainda aos patrocinadores Iofal, Unimed, Fazenda Boa Luz, Laboratório Proanálise, Primavest, Vip Seguros, Sindspem, Boticário, Claro Cell Center, Grande Rio Veículos, Constrular, Lojas Glamour e Glamour Teen, Luna Avícola, Rios Moda Jovem, Laboratório Dr. Luiz Galvão, Opara Turismo, deputado Joãozinho Pereira, Blumare Dafra.

Telefone para contato:

Elisabete Reis Galvão (82) 3551-3139/9903-6329
Texto: Fernando Vinícius – jornalista MTB AL 837
fernandovinicius@yahoo.com.br (82) 8804-2005/9946-6620

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O dia em que Deus criou Alagoas


























Escrevi certa vez que Deus, além de brasileiro, era alagoano. Em verdade, não se cria um Estado com tanta beleza, sem cumplicidade.
Sou capaz de imaginar o dia da criação de Alagoas. Ô São Pedro, pegue o estoque de azul mais puro e jogue dentro das manhãs encarnadas de sol; faça do mar um espelho do céu polvilhado de jangadas brancas; que entardecer sangre o horizonte; que aquelas lagoas que estávamos guardando para uso particular; coloque-as neste paraíso.
E tem mais, São Pedro: Dê a esse Estado um cheiro sensual de melaço e cubra os seus campos com verdes dos canaviais. As praias... Ora, as praias deveram ser fascinantemente belas, sob a vigilância de ativos e fieis coqueirais.
Faça piscinas naturais dentro do mar; coloque um povo hospitaleiro e bom e que a terra seja fértil e a comida típica melhor do que o nosso manjar.
Dê o nome de ALAGOAS e a capital pela ciganice e beleza de suas noites, deverá chamar-se MACEIÓ e a padroeira Nossa Senhora dos Prazeres.


Noaldo Dantas








sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Café da Arte


Carlos Siqueira

Chau do Pife



Café da Arte - Teatro Deodoro recebe projeto de promoção artística no Café da Linda

Toda sexta, a partir das 17h o Café da Linda, localizado no Teatro Deodoro, se transformará num grande encontro de artistas para pequenos shows. A ideia veio de Carlos Siqueira, responsável pelo espaço, com o objetivo de oferecer ao público de Maceió uma opção de happy hour com a arte alagoana. "Além do nosso café, lanches e drinks, o público poderá ver aqui apresentações musicais, recitais de piano e poesia, repentistas e tudo o que o artista se dispuser a apresentar, além de ser uma forma do artista vender seus produtos como livros, CDs, DVDs etc.", explicou Siqueira.

Para essa semana de estreia (sexta, dia 11) o convidado será o instrumentista Chau do Pife que mostrará um pouco de sua música e virtuosismo, e o próprio músico reconhece a importância do projeto: "Tudo que for feito para aproximar a gente do público, é válido.. ainda mais num espaço como esse do Café da Linda e do Teatro Deodoro, onde recebe tão bem o público e o artista".

As apresentações são abertas ao público e começarão sempre às 17h
Serviço:
Café da Arte
Local: Café da Linda no Teatro Deodoro
Dia: 11 de janeiro
Horário: 17 horas
endereço: Praça Deodoro
Maceió - Alagoas