(*) Geraldo de Majella
Josias de Souza Marques
(1921-1987), meu pai, foi o primeiro humanista que conheci. Levou uma vida
dedicada ao trabalho como proprietário de uma pequena farmácia, atendendo a
população da cidade onde nascera, Anadia
(AL).
O
trabalho inerente aos profissionais da saúde, os médicas(os), enfermeiras(os),
durante décadas foi realizado por ele, numa época em que não havia médico residindo
na cidade e esporadicamente aparecia um médico, em geral no período eleitoral.
Os
partos, as vacinas, as pequenas suturas, os cuidados básicos eram feitos em sua
Farmácia Socorro. Trabalhou dedicadamente, durante quase quarenta anos, sem
nunca ter tirado férias.
Aquele
homem gordo, calmo, sereno e com uma cabeleira cheia, preta, bem-humorado, era
um sábio interiorano. Tolerante com quem divergia das suas opiniões. Uma das
melhores qualidades.
Transmitiu-me,
sem o tom professoral, e sem nenhuma arrogância, ensinamentos de vida com os
quais me guiei.
Hoje
estaria completando 92 anos. Morreu quando tinha apenas 66 anos, no dia 5 de
maio de 1987.
(*) Historiador
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