quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eder Jofre, O Galo de Ouro


Geraldo de Majella

O primeiro título mundial de boxe conquistado por Eder Jofre [1936] faz 50 anos, quando o brasileiro de 24 anos, 50 kg e 1,64 m de altura, se apresentou para o mundo como um gigante. Em menos de 20 minutos e no sexto assalto, na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, derrotou o mexicano Eloy Sanches.

O Gigante do Parque Peruche volta para São Paulo, sua terra natal, onde será recebido por uma multidão de mais de 20 mil admiradores.

O dia 18 de novembro de 1960 entrou para o calendário esportivo mundial como um grande dia, um dia inesquecível para Eder e para o boxe brasileiro.

Eder Jofre é filho de Aristides Jofre [Kid] e Angelina Zumbano, nascido numa família de boxeadores. Eder aprendeu muito cedo a gostar do boxe e seguiu a tradição da família, pois seu pai, seus irmãos e uma irmã, seus tios e seus primos foram lutadores de boxe.

O pai, Kid, aos cinco anos de idade levou Eder para brincar no ringue da academia, e este aos dezesseis anos se tornou profissional. Corria o ano de 1957.

Aristides (Kid) era argentino e veio morar no Brasil ainda na década de 1920. A família se dedicou ao boxe e ao trabalho como estofadores na periferia de São Paulo. A união da família Jofre com a Zumbano deu origem à maior dinastia do esporte brasileiro. Os tios de Eder eram sete; à exceção de Valter, todos foram pugilistas: Higino, Waldemar, Erasmo, Antonio [Tonico] Ricardo,Valter e Ralph. Erasmo morreu muito moço, de tuberculose.

Tonico foi campeão brasileiro de médio profissional; Ralph se destacou nas Olimpíadas de 1948, em Londres. Os descendentes de italianos tanto do lado dos Jofres quanto dos Zumbanos tiveram de trabalhar no pesado para sobreviver.

Waldemar Zumbano foi, durante décadas, militante do Partido Comunista Brasileiro [PCB], em São Paulo. A política, muitos anos depois, foi um caminho de passagem do bicampeão mundial de boxe, Eder Jofre, que se elegeu vereador na cidade de São Paulo.

Eder Jofre é muito mais conhecido internacionalmente que em sua pátria. Faz parte da lista dos melhores pugilistas de todos os tempos, mas vive quase no anonimato no Brasil.

O pugilista japonês Masahiro Fighting Harada derrotou Eder em duas lutas, por pontos − Eder nunca perdeu lutas por nocaute −, e na disputa do titulo de peso galo, em 1965. Em outra categoria Eder sagrou-se campeão mundial em 1973, em Brasília, como peso pena.

Os números na carreira de Eder Jofre não têm registro oficial definitivo, vejamos:

O Record Book, de Nat Fleischer, editado em Nova Iorque, registra:

78 lutas
72 vitórias por nocaute e 13 por pontos
4 empates
2 derrotas por pontos

A Federação Paulista de Pugilismo registra:

81 lutas
75 vitórias, 53 por nocaute, 22 por pontos
4 empates
2 derrotas

Saúde e paz, Eder Jofre.

Um comentário:

  1. É verdade que Eder gostava mais de apanhar do que bater ? Técnica usada para cansar o inimigo ?
    Tinha como única arma o masoquismo e um direto de direita fulminante ?

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