Breno Agra estudante de engenharia
Artur da Costa e Silva, general e
ditador, baixou no dia 13 de dezembro de 1968 o Ato Institucional nº 5 [AI-5],
deixando um rastro de arbitrariedade com prisões, assassinatos, torturas,
banimentos, exílios, cassações de mandatos, supressão de poder do Judiciário. O
AI-5 vigorou até dezembro de 1978; enquanto esteve em vigência, os governantes
puniram arbitrariamente os cidadãos classificados como inimigos do regime.
Em Alagoas, o estudante de engenharia
Jailson Boia Rocha foi atingido pelo AI-5 e teve o mandato de presidente do
Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
cassado. Foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional (LSN) por ordem do
comandante do 20º Batalhão de Caçadores (20 BC).
O então líder dos estudantes, Jailson
Boia, militante do PCB, foi preso e durante seis meses, pena cumprida no
presídio São Leonardo em Maceió. Os membros da diretoria do DCE foram indiciados
mas não foram incluídos no processo pela Polícia Federal por falta de provas.
Em julho de 1971, na 7ª Região Militar, em Recife, o Superior Tribunal Militar absolveu Jailson
Boia por unanimidade.
A prisão do presidente da Federação Alagoana
de Desporto Universitário (FADU), Ronaldo Augusto Lessa Santos, aconteceu em
1971. Atleta destacado no voleibol universitário, estudante de engenharia civil
e militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR), foi indiciado pela
Polícia Federal em Alagoas. Constituiu os advogados Luiz Gonzaga Mendes de
Barros e Mércia Albuquerque para defendê-lo no julgamento junto ao Superior
Tribunal Militar em Recife.
O capitão do exército Carlos Roberto
Peixoto Lima (Carlito Lima), na época servindo em Maceió e seu colega no curso
de engenharia civil, foi arrolado como testemunha de defesa. É absolvido, tendo
antes passado um mês preso na Delegacia do
Dops, em Maceió.
A repressão recrudesceu após o AI-5, e
em 1973 foram presos mais estudantes e profissionais liberais: os estudantes
Denisson Luiz Cerqueira Menezes (Medicina), Norton de Morais Sarmento Filho (Letras),
Miriam Soares Ferro (estudante secundarista, menor, de 17 anos), os irmãos
Jeferson Luiz de Barros Costa (Direito), Fernando José de Barros Costa (Medicina),
Denis Jatobá Agra (Medicina), Breno Jatobá Agra (Engenharia Civil) e o advogado
Flávio Lima e Silva.
Os estudantes eram militantes do Partido
Comunista Revolucionário (PCR), organização revolucionária fundada por Manoel
Lisboa de Moura, Selma Bandeira, Valmir Costa, Ricardo Zaratinni, Emmanoel
Bezerra dos Santos e outros revolucionários do Nordeste. O PCR era uma
organização constituída essencialmente por militantes de origem nordestina.
Aliados também foram presos em Alagoas.
Augusto Canuto, funcionário público, e os médicos Hélia Mendes e Luiz Nogueira
Barros responderam a processos; eram amigos de Manoel Lisboa e Selma Bandeira e
se solidarizavam com os dirigentes comunistas diante das dificuldades
enfrentadas na vida clandestina e das perseguições, dos riscos iminentes de
prisão e até mesmo de morte. O que veio a acontecer com Manoel Lisboa de Moura
e Emmanoel Bezerra dos Santos.
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