Fotografado junto a estátua de Maradona no Museu do Boca Juniors
O poeta Sidney Wanderly junto a Maradona na frente do estádio de La Bombonera
Sósia de Maradona em Caminito
A Boca é um dos bairros da cidade de Buenos Aires onde quem reina é Diego Armando Maradona. Em toda a Argentina ele é ídolo inconteste, mas no bairro em que nasceu e se projetou para o mundo, é sem favor algum o dono do pedaço.
O bairro portuário recebeu os imigrantes espanhóis e italianos desde o final do século XIX, quando desembarcaram para trabalhar na Argentina e construir uma nova vida em solo portenho.
Os italianos, genoveses a maioria deles, trabalhadores pobres, construíram um bairro com o que podiam e encontravam pela frente: resto de madeiras das embarcações, placas de metal, enfim, tudo que podia ser aproveitado. As pinturas das casinhas em cores fortes era o resultado da sobra das pinturas realizadas nos navios.
As casinhas coloridas foram denominadas Caminito, pequeno logradouro encravado no bairro da Boca, que depois veio a dar nome ao tango que ajudou a consagrar Carlos Gardel.
Essa ambientação inusitada na cidade é há muito tempo uma das atrações de Buenos Aires. Mas os imigrantes não vieram apenas para trabalhar no porto, criaram os dois maiores clubes do país: o Boca Juniors e o River Plate.
O River Plate depois se mudou do bairro e foi para a região de Belgrano, área nobre e em expansão da capital. Na Boca foi criado o mais emblemático estádio de futebol da Argentina, o La Bombonera.
Foi no alçapão de La Bombonera que Maradona apareceu para o mundo. De lá avisou que iria comandar com talento e garra a seleção argentina de futebol. De fato isso aconteceu. Durante mais de uma década foi o maestro argentino nos campos. Conquistou um título mundial e protagonizou inúmeras polêmicas, um dos seus hobbies.
Passando alguns dias em férias por Buenos Aires em companhia do poeta Sidney Wanderley, resolvemos ir ao território de Diego Maradona, La Boca. In loco, constatamos o que já era sabido: os moradores desse bairro são antes de tudo fanáticos admiradores do maior jogador de futebol da Argentina de todos os tempos.
O futebol sempre foi um ponto de discórdia entre brasileiros e argentinos. Ao se aproximar a Copa do Mundo, nós dois, homens de pouca fé, resolvemos apelar: deixamos um despacho na encruzilhada mais famosa de Buenos Aires, a da linha ferréa que passa ao lado do estádio do Boca Juniors.
Maradona treinador da seleção argentina continua o polemista que todos conhecemos. Os efeitos não são os mais promissores, mas como tivemos a colaboração de pais de santos amigos, ficou mais fácil e admitimos essa possibilidade mesmo em férias por Buenos Aires.
Macumba não ganha jogo, mas pode ajudar. Ah, isso pode! Pai Reinaldo garantiu. O despacho foi caprichado: uma galinha de penas brancas, pois não conseguimos uma preta, duas garrafas de vinho tinto Malbec, dois charutos cubanos, duas carteiras de cigarros, dois quilos de sal grosso, dois litros de azeite de oliva (na falta do azeite de dendê) e duas caixas de fósforo.
O vermelho e o preto são as cores de Exu, e as oferendas que encontramos na cidade natal de Borges foram essas.
Ainda pedimos em voz baixa aos Exus que façam com que os argentinos, caso consigam chegar a jogar contra o Brasil, venham de pernas amarradas, sem grandes iniciativas em campo. Apenas isso; nada de mal lhes desejamos, nem os Exus se prestam para isso.
Esse nosso pedido deve-se única e exclusivamente à burrice e teimosia do treinador Dunga, que convocou uma seleção de amigos sinceros e leais. Dunga deveria ser governador do Lions Clube e não treinador da Seleção Brasileira de Futebol. O exemplo maior e supremo foi a convocação do Kleberson. Vade retro, satanás!
Os meninos do Santos e do Brasil, bons de bola e de ginga, não foram convocados. Pode?
Restou-nos, em Buenos Aires, apelar para os Exus: Tranca-Rua, Pomba-Gira, Zé Pilintra e assemelhados. Quem sabe eles neutralizam los hermanos argentinos. Mas há outras seleções também para quem estendemos os nossos pedidos: Alemanha e Itália, nossas tradiconais rivais em Copas do Mundo.
Figa para eles e para Dunga.
Apesar deles, vamos ganhar mais um caneco.
Axé!
A Boca é um dos bairros da cidade de Buenos Aires onde quem reina é Diego Armando Maradona. Em toda a Argentina ele é ídolo inconteste, mas no bairro em que nasceu e se projetou para o mundo, é sem favor algum o dono do pedaço.
O bairro portuário recebeu os imigrantes espanhóis e italianos desde o final do século XIX, quando desembarcaram para trabalhar na Argentina e construir uma nova vida em solo portenho.
Os italianos, genoveses a maioria deles, trabalhadores pobres, construíram um bairro com o que podiam e encontravam pela frente: resto de madeiras das embarcações, placas de metal, enfim, tudo que podia ser aproveitado. As pinturas das casinhas em cores fortes era o resultado da sobra das pinturas realizadas nos navios.
As casinhas coloridas foram denominadas Caminito, pequeno logradouro encravado no bairro da Boca, que depois veio a dar nome ao tango que ajudou a consagrar Carlos Gardel.
Essa ambientação inusitada na cidade é há muito tempo uma das atrações de Buenos Aires. Mas os imigrantes não vieram apenas para trabalhar no porto, criaram os dois maiores clubes do país: o Boca Juniors e o River Plate.
O River Plate depois se mudou do bairro e foi para a região de Belgrano, área nobre e em expansão da capital. Na Boca foi criado o mais emblemático estádio de futebol da Argentina, o La Bombonera.
Foi no alçapão de La Bombonera que Maradona apareceu para o mundo. De lá avisou que iria comandar com talento e garra a seleção argentina de futebol. De fato isso aconteceu. Durante mais de uma década foi o maestro argentino nos campos. Conquistou um título mundial e protagonizou inúmeras polêmicas, um dos seus hobbies.
Passando alguns dias em férias por Buenos Aires em companhia do poeta Sidney Wanderley, resolvemos ir ao território de Diego Maradona, La Boca. In loco, constatamos o que já era sabido: os moradores desse bairro são antes de tudo fanáticos admiradores do maior jogador de futebol da Argentina de todos os tempos.
O futebol sempre foi um ponto de discórdia entre brasileiros e argentinos. Ao se aproximar a Copa do Mundo, nós dois, homens de pouca fé, resolvemos apelar: deixamos um despacho na encruzilhada mais famosa de Buenos Aires, a da linha ferréa que passa ao lado do estádio do Boca Juniors.
Maradona treinador da seleção argentina continua o polemista que todos conhecemos. Os efeitos não são os mais promissores, mas como tivemos a colaboração de pais de santos amigos, ficou mais fácil e admitimos essa possibilidade mesmo em férias por Buenos Aires.
Macumba não ganha jogo, mas pode ajudar. Ah, isso pode! Pai Reinaldo garantiu. O despacho foi caprichado: uma galinha de penas brancas, pois não conseguimos uma preta, duas garrafas de vinho tinto Malbec, dois charutos cubanos, duas carteiras de cigarros, dois quilos de sal grosso, dois litros de azeite de oliva (na falta do azeite de dendê) e duas caixas de fósforo.
O vermelho e o preto são as cores de Exu, e as oferendas que encontramos na cidade natal de Borges foram essas.
Ainda pedimos em voz baixa aos Exus que façam com que os argentinos, caso consigam chegar a jogar contra o Brasil, venham de pernas amarradas, sem grandes iniciativas em campo. Apenas isso; nada de mal lhes desejamos, nem os Exus se prestam para isso.
Esse nosso pedido deve-se única e exclusivamente à burrice e teimosia do treinador Dunga, que convocou uma seleção de amigos sinceros e leais. Dunga deveria ser governador do Lions Clube e não treinador da Seleção Brasileira de Futebol. O exemplo maior e supremo foi a convocação do Kleberson. Vade retro, satanás!
Os meninos do Santos e do Brasil, bons de bola e de ginga, não foram convocados. Pode?
Restou-nos, em Buenos Aires, apelar para os Exus: Tranca-Rua, Pomba-Gira, Zé Pilintra e assemelhados. Quem sabe eles neutralizam los hermanos argentinos. Mas há outras seleções também para quem estendemos os nossos pedidos: Alemanha e Itália, nossas tradiconais rivais em Copas do Mundo.
Figa para eles e para Dunga.
Apesar deles, vamos ganhar mais um caneco.
Axé!
MAJELLA: Agora é torcer para que o nosso despacho
ResponderExcluirsurta o efeito desejado e anule Messi e seus com-
panheiros, já que de Dunga pouco podemos esperar.
A nossa parte já foi feita.
SIDNEY WANDERLEY
Majella, coincidência ou não, já que em tempo de copa do mundo o normal é falar de bola, jogador e afins, quando acessei o seu blog tava acabando de assistir um documentário sobre Maradona e seus feitos em copas, inclusive seu gol de mão.
ResponderExcluirAbraços,
Ranulfo Paranhos
Geraldo, não sei como Sidney não foi convocado pra seleção argentina!
ResponderExcluirDelícia de crônica e de fotos. Como estou em Salvador, terra do candomblé, vou dar aqui uma força pro despacho de vocês.
Abraços.
Majela, que maravilha essa viagem...
ResponderExcluirVocês tiveram na linda Argentina; terra do grande Borges. Se diliciram com as iguarias portenhas, e o magnífico vinho... Viram e desfrutaram da cidade onde o genial Maradona surgiu.
Tudo maravilhos, você e o poeta campeão.
Mas meu amigo, esse despacho, não é nada
modesto. Vocês colocaram um despacho burguês.
Um despacho com vinho Malbec, galinha de granja, azeite de oliva e ainda por cima, charutos cubanos, vou mandar essa crõnica para o Fidel; ele nunca mais vai permitir sua entrada em Cuba. Se algum dia-vamos bater na madeira-, você e o poeta campeão tiverem que se exilar: esqueçam Cuba.
Outra coisa; pelo que observei, vocês estão sabendo mais de candonblé do que os babalorixás... Pai Maciel e o Mestre Antônio Bahiano que se cuidem, pois agora temos dois pais-de-santo internacionais.
Aguardo anciosamente o próximo livro de poesia do poeta campeão e já arrisco o nome:
" A macumba poética Sul-Americana "
Como dizia o nosso Nelson Rodrigues:
"A Pátria está de chuteiras"
Um generoso abraço.
Não tenho tanta confiança,
ResponderExcluirmas vamos torcer.
1. obrigado pela visita
ResponderExcluir2. vamos combinar que a estátua de Maradona é um terror!!
3. eu quero aquele despacho para mim: vinho Malbec, azeite de oliva e puros cubanos
4. desta copa não espero nada; acho que dá México.
Abraço.
Meu caro De Majella, você é o Google de Alagoas. Daqui a pouco, teremos a Wikipédia Majella, coa coleção de milhares de informações sobre os alagoanos. Parabéns. E obrigado por nos presentear, gratuitamente, com este (ou esse, aqui tanto faz) trabalho, onde você bota para funcionar os seus especiais neurônios da memória e o pendor social na construção da nossa história e identidade. Nossa!!! Este blog e seus leitores (Sidney, por exemplo) vai deixando a gente meio besta, falando estranho. Eu, hein? Mas, Sr. De Majella,lhe agradeço poder extravasar minha raiva sobre a burrice de Dunga (dizem que ele voltou, cantando no avião: eu vou, eu vou, pra casa, agora eu vou; acompanhado de 11 sonecas; para se encontrarem com 190 milhões de zangados. Mas, se ele é burros, culpa não tem. É o eterno Ricardo Teixeira, que acabou de convidar o Parreira (ai, meu deus!!!) para coordenar reforma da CBF). Luiz Carlos agradecido.
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