sábado, 19 de junho de 2010

O menestrel Aldemar Paiva

Noite de lançamento do livro: Saga do 44º Espada D' Água em Recife

Claudionor Germano, Carlito Lima Aldemar Paiva e Cidinha Madeiro

Aldemar Paiva no Teatro Santa Isabel em Recife

Aldemar Paiva, o livreiro João Luiz, a cantora Leureny no Bar Canto dos Cantos em Maceió

Zana Vilela e Aldemar Paiva descerrando a placa da Academia da Boemia de Alagoas

Carlito Lima, Cidinha Madeiro e Aldemar Paiva antes do jantar
Aldemar Paiva apagando as velinhas no seu 81º aniversário.

Cidinha Madeiro, Gorete Lima, Pedro Cabral, Aldemar e Bolotinha no Bar Canto dos Cantos

Geraldo de Majella


Aldemar Buarque de Paiva, filho de Mário Fortunato de Paiva e Maria Luiza Buarque de Holanda Paiva, nasceu em 20 de julho de 1925, na Rua do Macena, no Centro de Maceió, capital do Estado de Alagoas. Esta rua é um dos cenários do romance Angústia, escrito por Graciliano Ramos. Ao completar 23 anos, participou da inauguração da Rádio Difusora de Alagoas – ZY0-4.
A voz de Aldemar foi a primeira que se propagou − através das ondas do rádio − ao transmitir a solenidade de inauguração, no dia 16 de setembro de 1948, da primeira rádio de Alagoas. Este fato já o colocou na história da radiofonia brasileira.

Mário Marroquim era o diretor-geral da emissora, e Aldemar Paiva exerceu as funções de diretor artístico e de programação. O seu talento logo foi percebido pelos colegas e mais ainda pelos ouvintes da emissora pioneira de Alagoas.

A sua permanência no rádio alagoano foi curta: teve duração de apenas dois anos. Em 1951 foi trabalhar no Rádio Clube de Pernambuco – PRA-8 e no dia 20 de dezembro de 1952 começou um dos mais duradouros programas de rádio do Brasil, o Pernambuco, Você é Meu. Depois de dezesseis anos trabalhando no Rádio Clube, mudou de emissora e em 1968, foi trabalhar na Rádio Jornal do Comércio. Lá, continuou com o programa Pernambuco, Você é Meu até outubro de 1977.

Pernambuco, Você é Meu ficou no ar em duas estações de rádio durante 25 anos. Nesse período foi um dos mais importantes programas do rádio daquele estado. A música de qualidade foi sempre o que o norteou.

Aldemar Paiva fez parcerias com os músicos Rossini Ferreira, Inaldo Vilarim, Beto do Bandolim, José Meneses, Zé Gonzaga, Juraci Alves e o maestro Nelson Ferreira. A dupla Aldemar e Nelson Ferreira, seu parceiro mais constante, compôs: Bloco do Ataulfo, Saudade, Ninguém segura este Recife, Pernambuco, você é meu e Tem jeito, sanfona.

Lourenço Capiba, um dos ícones da música brasileira, amigo da vida inteira; nem por isso se tornaram parceiros de muitas músicas. Os dois até fizeram algumas músicas em parceria, que ainda não foram gravadas. Estão guardadas no arquivo de Aldemar.

Não há precisão – pelo menos eu não tenho −, nesses 62 anos de vida artística, quanto ao número exato de músicas que Aldemar Paiva gravou ou outros cantores gravaram: de sua autoria ou em parcerias. A sua memória só alcança até o momento 62 composições gravadas.

Em seu escritório de trabalho estão nas gavetas cerca de dez músicas à espera de cantores, ou que ele ainda não apresentou aos seus amigos − entre estes, o mais importante cantor de frevo, Claudionor Germano, para que sejam gravadas.

Esse homem multimídia tem sido reconhecido pelo valor como compositor, humorista, radialista, escritor, cordelista, em Recife e em outras cidades do Brasil. Foi agraciado com o título de cidadão pernambucano, mas nunca deixou de cantar a sua terra natal, Alagoas.

A Difusora foi inaugurada e Maceió ganhou uma bonita música, um hino. Verdadeiramente, a música Pajuçara de Aldemar Paiva deveria se tornar o hino oficial de Maceió. A primeira vez em que essa música foi executada foi no dia 16 de setembro de 1948, na inauguração da rádio. Muitos anos depois a cantora alagoana Leureny gravou e assim a imortalizou num long play.

Desde esse momento Pajuçara entrou no coração dos alagoanos de Maceió e também no coração dos que para cá chegaram ou ainda estão chegando para viver junto ao mar e à sombra dos coqueirais.

A música Pajuçara tem para Maceió a mesma importância que Copacabana, música de João de Barros, tem para a cidade do Rio de Janeiro. O amor devotado à sua terra é uma marca na sua obra de compositor, humorista, radialista, escritor. Em vários momentos da sua vida cantou Maceió e suas belezas naturais.

Aldemar é o nosso menestrel.


Pajuçara

Eu que conheço meu Brasil
Sei muito bem
Das lindas praias, coqueirais, que ele tem
Por isso afirmo nestes versos que compus
Em Pajuçara há mais encanto, há mais luz
Pajuçara, onde o mar beija as areias
Com mais alma e mais amor
Pajuçara, lindo berço de sereias
Que nos deu o criador
Pajuçara que refletes num sorriso
O teu coqueiral em flor
Tens uma beleza rara
Pajuçara.
Fotos de Cidinha Madeiro

2 comentários:

  1. magella, obrigada...após a tarefa de trabalhar com o acervo edecio lopes, que me levou a conhecer + de perto o rádio alagoano, foi muito bom ler seu blog.abraços marta melro

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  2. Caro Majella,
    Meus parabéns pelo belíssimo blog. Gostaria de agradecer a ida lá no nosso Pó de Poesia. E convidá-lo para dar uma ida em http://emaranhadorufiniano.blogspot.com

    Abrçs!!!

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