quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lula em Alagoas, pela primeira vez

Freitas Neto e Lula no auditório da Academica Alagoana de Letras


Geraldo de Majella

O presidente da república mais popular da história do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, nem sempre foi bem recebido por onde andou. A primeira vez que Lula esteve em Alagoas no dia 20 de setembro de 1978, na condição de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo.

A vinda de Lula a Alagoas fez parte das comemorações do dia do radialista; sua presença teve o objetivo de aproximar mais os sindicatos de Alagoas e os de São Paulo, o dos metalúrgicos do ABC, em especial.

O convite foi feito pelo então presidente do Sindicato dos Radialistas de Alagoas, José Adelmo dos Santos. O sindicalista nordestino de Garanhuns (PE), o metalúrgico, formado pelo Senai como torneiro mecânico, fez uma conferência na Academia Alagoana de Letras, o mais importante auditório de Alagoas, naquela época.

O dirigente sindicalista Adelmo dos Santos sofreu pressões da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alagoas, que publicou até mesmo uma nota oficial nos jornais de Maceió, recomendando aos sindicatos filiados à federação que não fossem à conferência do sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva.

O delegado do Trabalho em Alagoas, José de Barros Sarmento, também pressionou, porém, diante da firmeza do presidente do Sindicato dos Radialistas, que contava também com o apoio irrestrito do presidente do Sindicato dos Jornalistas, João Vicente Freitas Neto, teve de amargar uma derrota: saber que o auditório da Academia Alagoana de Letras lotou com sindicalistas, estudantes, intelectuais e opositores ao regime militar.

Lula declarou que:
“[...] é com muita satisfação que saí de São Paulo me propondo a cumprir o compromisso assumido por telefone com o Adelmo, para vir ao Estado de Alagoas. Não para fazer uma palestra, porque não teria condições de fazê-la. Não para fazer uma conferência. [...] Gostaria antes de começar a ter um papo com vocês fazer um pedido que , não é nenhuma novidade. Isso eu faço em qualquer lugar que eu vou. Se tiver aqui algum policial com interesse de anotar o que eu com dizer. Eu só peço para que seja o mais honesto possível, que não escreva mentiras, porque já fui duas ou três vezes prejudicados por relatórios falsos. (Aplausos).”

“[...] Eu acho que vivemos um momento histórico na vida do país. Entendo eu que o Brasil, a curto prazo de tempo, será ocupado por pessoas que sintam coragem de olhar o povo brasileiro de cabeça erguida, não por falsos dirigentes sindicais, nem por falsas pessoas que só sabem espoliar o povo brasileiro”.

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