quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sebage, um roqueiro alagoano

Jorge Barboza - Sebage


Sebage e Júnior Almeida


Geraldo de Majella

Sebastião Jorge Lins Barboza (Sebage) [1961], jornalista, compositor e cantor, nasceu em Maceió no dia 23 de janeiro de 1961 − apenas isso, como diz. A cidade que considera sua terra natal é Porto Calvo, onde viveu a infância e parte da adolescência. Filho de Geraldo de Gusmão Barbosa e Maria Stela Lins Barbosa.

As primeiras letras, aprendeu no grupo escolar Guedes de Miranda, em Porto Calvo, aos sete/oito anos; no antigo curso primário, estudou no grupo escolar Tavares Bastos, em Maceió [praça Centenário, Farol]. A família retorna a Porto Calvo e, durante os anos 1970, fez o curso ginasial no ginásio N. S. da Apresentação; depois, em Maceió, para onde retornou, concluiu o ginásio e fez o cientifico no Colégio Sagrada Família.

Aprovado no vestibular de comunicação da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, cursou jornalismo e fez parte do movimento estudantil na década de 1980, quando os estudantes ampliaram a sua participação na vida política de Alagoas. O movimento estudantil influiu decisivamente nas eleições de parlamentares, tanto para as Câmaras de vereadores em Maceió e em outras cidades do estado, como para a Assembleia Legislativa e para a Câmara Federal.

Ao se filiar ao Partido Comunista do Brasil – PCdoB passou a vivenciar as mobilizações estudantis e delas faz parte, mas foi como jornalista de periódicos alternativos que mais é identificado, e passa a participar dos festivais de músicas organizados pelo Diretório Central dos Estudantes − DCE.

No início dos anos 1980 participou do grupo Caçoa Mas Num Manga, que tem a seguinte composição: Gal Monteiro, Aline Marta, Rosália Brandão, Júnior Almeida, Emídio Magalhães. Alguns desses músicos depois (1984) fizeram o show “Babe Bicho”, no Teatro de Arena e em outros palcos ao ar livre em Maceió. A participação no Babe Bicho foi de Zé Barros, Zé Carlos e Baygon, Nelson Braga, Mirna Porto e Eliane Vielmond.

Esse período, a década de 1980, foi produtivo e de muita criatividade. Bandas surgiam e logo se subdividiam com outras formações; foi uma época de afirmação de uma geração de músicos talentosos que nem sempre continuaram nos palcos alagoanos, pois alguns se dedicaram a outras atividades profissionais, como o jornalismo, a arquitetura, a carreira jurídica etc.

Sebage conta que: “O Sangue de Cristo já era o rock que eu queria fazer. Os integrantes do Caçoa foram fazer outra coisa − a Rosália e a Aline criaram uma banda, Pensão Familiar, mas eu, naquela época, era menos sertanejo do que hoje; era, como se dizia então, dark. Muniz Falcão na bateria, Sílvio Marne na guitarra e Jatiúca no baixo. Não tinha teclado, canções e letras meio punks, meio apaixonadas. "’A Galinha Sangra' e o ‘O Montepio dos Artistas’ estão entre elas”.

A música não é o que se poderia afirmar como uma influência da família, pois em sua casa ninguém é músico, mas a “mosca” da música picou-o e desde a juventude tem dividido o seu tempo e emoções entre os palcos e as redações de jornais.

As influências musicais têm mudando ao longo do tempo. Houve época em que Roberto Carlos, Ronnie Von, Wanderléia, Rita Lee, Raul Seixas, Secos & Molhados e Ney Matogrosso catalisavam os seus interesses. Mas sem renegá-los foi se aproximando de outros grupos e cantores brasileiros e internacionais como: O Som Nosso de Cada Dia, Arnaldo Baptista, Beatles, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, John Lennon, Joan Baez, Suzi Quatro, Genesis, David Bowie, Alice Cooper, Elton John, Diana Ross, Fagner, Beto Guedes, Milton Nascimento, Silvio Rodrigues, Serge Gainsbourg, Jacques Brel, Patti Smith, Siouxsie and the Banshees, The Smiths e New Order.

A efervescência cultural oriunda do movimento estudantil é fecunda e permite que jovens talentosos transitem da música para o teatro e vice-versa. O rock foi o gênero musical com que mais se identificou; a política foi deixada para trás e o interesse pela música, pela agitação cultural e pela profissão de jornalista o absorveu.

A banda Sangue de Cristo foi mais uma experiência vivida em Maceió, mas que não durou muito tempo. A banda, de nome esquisito para a época, se apresentou no Teatro de Arena Sérgio Cardoso com o show ‘Sangue de Cristo contra o Plano Cruzado” e em barzinhos da cidade.

A maioria das suas músicas foi composta com os parceiros paulistas Guatá e Leandro Woyakovski, e em menor número com Marcelo Cordeiro, Rosália Brandão, João Américo e Aline Marta. Não tem registrado em seus arquivos o número exato de quantas músicas compôs, sabe apenas que são mais de 100, sendo cerca de 30 gravadas, algumas delas mais de uma vez. O guitarrista paulista Beto Levèfre foi quem mais gravou suas músicas.

O menino tímido e bem-comportado na infância se torna quase irreconhecível com as suas performances nos palcos, liderando grupos de jovens roqueiros. Percebe que Maceió ficara pequena e, desejoso de outros ambientes, em 1988 vai morar em São Paulo, onde trabalha e canta na noite paulistana, adotando Sebage como nome artístico.

Como diz: “Em Sampa, no final dos anos 1990, criei uma banda de covers, The Ziggy Soundz, para cantar coisas de David Bowie, T. Rex e Echo and the Bunnymen nas espeluncas underground da noite paulistana, mas chegamos até o Café Piu Piu, templo roqueiro do tradicional bairro boêmio Bixiga. E viramos outra banda, +Jesuítas+, que circulou por aí mesmo, no underground”.

A banda +Jesuítas+ fez o show “Jesuítas no Paraíso” e a trilha sonora do filme “Amazonas”, do cineasta e fotógrafo boliviano Joakin Carvajal. O show as “Wandeca’s Closet”, em homenagem à cantora Wanderléia, símbolo da jovem-guarda, foi um momento marcante da banda e contou com a produção de Moisés Santana.

Outra participação em coletânea aconteceu em Maceió após retornar da capital paulista, em 2006, no projeto Palco Aberto, que resultou num cd em que a faixa “One More Night”, de sua autoria, é incluída.

4 comentários:

  1. Poxa, Majella, isso encheu um bocado a minha bola, q bom q ainda sou lembrado, ham, depois de tanto tempo fora de cena... Bem, queria fazer umas correções: acho q me entusiasmei na entrevista pois, pelo q lembro, não compus tanto assim (200 canções?!!!), mas seguramente gravei as 30 q vc mencionou, tudo independente né. Quanto ao show produzido por Moisés Santana, chamava-se "Wandeca's Closet", ok?
    abração, e fico no aguardo do livro... E eu volto este ano, se deus quiser, com o Zé Barros e outros amigos parceiros, em música, em teatro, poesia...
    valeus, Sebage

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  2. Hello, só esqueceram de mencionar que eu compus várias músicas com ele, na época do SANGUE de CRISTO.Fui morar em Sampa em 1999 e nos encontrávamos sempre.Um abraço para todos e visitem meu humilde site para ouvir as novas músicas que produzi em meu home studio www.wix.com/silviomarneh/br

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  3. Quem tem contato com o Jorge Barboza hoje em dia?

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  4. Quem tem contato com o Jorge Barboza hoje em dia?

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