José Costa candidato a governador de Alagoas em 1982
Resistência à
ditadura em Alagoas II
A ditadura civil-militar que se
implantou no Brasil em 1º de abril de 1964 teve como alvos prioritários o parlamento
e os parlamentares. Ao criar os Atos Institucionais (Ais), cassou mandatos
parlamentares e executivos (governadores, prefeitos e o presidente João Goulart) e extinguiu os
partidos políticos. Os primeiros parlamentares cassados em Alagoas foram os
vereadores de Maceió: Nilson Miranda, Jorge Lamenha Lins (Marreco) e Claudenor
Sampaio. Em seguida, os deputados estaduais: Cláudio Albuquerque, Claudenor
Albuquerque, e os suplentes Sebastião Barbosa de Araújo e Jayme Miranda.
O prefeito Sandoval Caju foi destituído
do cargo e teve o mandato e os direitos políticos suspensos por dez anos, assim
como os demais cassados. Os deputados federais Abraão Fidelis de Moura, Aloísio
Nonô e o general Henrique Cordeiro Oest foram cassados ainda no mês de abril.
O segundo momento de cassações foi após
as eleições de 1965. O então estudante de medicina Moacir Andrade e Elísio Maia
tiveram os mandatos cassados. Por motivos diferentes. Moacir Andrade foi considerado
de esquerda, e Elísio Maia por suas implicações em atos violentos. Os golpistas
empalmaram o poder lançando mão dos preceitos de moralidade.
O parlamento foi durante os 21 anos de
ditadura uma trincheira importante de luta legal. As perdas dos mandatos nos
primeiros anos de implantação da ditadura e os bons mandatos que foram
conquistados não devem ser esquecidos.
A ação parlamentar de Rubens Canuto,
deputado estadual prematuramente morto, é merecedora de registro. Rubens Canuto
se comprometeu com a articulação do partido de oposição possível, o MDB. José
Costa, Mendonça Neto, Renan Calheiros, Djalma Falcão, Pedro Camucé Falcão e
Alcides Falcão integravam essa legenda.
As eleições de 1982 devolveram à Assembleia
Legislativa a condição de parlamento com representação dos segmentos sociais
que resistiam à ditadura. Dos deputados eleitos pela oposição (PMDB), vários
deles tinham compromissos com as lutas democráticas. Agripino Alexandre, Ismael
Pereira, Ronaldo Lessa (ex-preso político), Eduardo Bomfim, Selma Bandeira (ex-presa
política), Mendonça Neto (que desistiu de ser deputado federal para se
candidatar a deputado estadual) e Moacir Andrade (que recuperara o mandato
quase duas décadas depois da cassação do seu primeiro mandato, em 1966).
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