sábado, 8 de junho de 2013


 
 
 
José Costa candidato a governador de Alagoas em 1982
 
 
Resistência à ditadura  em Alagoas II

 

A ditadura civil-militar que se implantou no Brasil em 1º de abril de 1964 teve como alvos prioritários o parlamento e os parlamentares. Ao criar os Atos Institucionais (Ais), cassou mandatos parlamentares e executivos (governadores, prefeitos e  o presidente João Goulart) e extinguiu os partidos políticos. Os primeiros parlamentares cassados em Alagoas foram os vereadores de Maceió: Nilson Miranda, Jorge Lamenha Lins (Marreco) e Claudenor Sampaio. Em seguida, os deputados estaduais: Cláudio Albuquerque, Claudenor Albuquerque, e os suplentes Sebastião Barbosa de Araújo e Jayme Miranda. 

O prefeito Sandoval Caju foi destituído do cargo e teve o mandato e os direitos políticos suspensos por dez anos, assim como os demais cassados. Os deputados federais Abraão Fidelis de Moura, Aloísio Nonô e o general Henrique Cordeiro Oest foram cassados ainda no mês de abril.

O segundo momento de cassações foi após as eleições de 1965. O então estudante de medicina Moacir Andrade e Elísio Maia tiveram os mandatos cassados. Por motivos diferentes. Moacir Andrade foi considerado de esquerda, e Elísio Maia por suas implicações em atos violentos. Os golpistas empalmaram o poder lançando mão dos preceitos de moralidade.

O parlamento foi durante os 21 anos de ditadura uma trincheira importante de luta legal. As perdas dos mandatos nos primeiros anos de implantação da ditadura e os bons mandatos que foram conquistados não devem ser esquecidos.

A ação parlamentar de Rubens Canuto, deputado estadual prematuramente morto, é merecedora de registro. Rubens Canuto se comprometeu com a articulação do partido de oposição possível, o MDB. José Costa, Mendonça Neto, Renan Calheiros, Djalma Falcão, Pedro Camucé Falcão e Alcides Falcão integravam essa legenda.

As eleições de 1982 devolveram à Assembleia Legislativa a condição de parlamento com representação dos segmentos sociais que resistiam à ditadura. Dos deputados eleitos pela oposição (PMDB), vários deles tinham compromissos com as lutas democráticas. Agripino Alexandre, Ismael Pereira, Ronaldo Lessa (ex-preso político), Eduardo Bomfim, Selma Bandeira (ex-presa política), Mendonça Neto (que desistiu de ser deputado federal para se candidatar a deputado estadual) e Moacir Andrade (que recuperara o mandato quase duas décadas depois da cassação do seu primeiro mandato, em 1966).

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